Browsing Tag

by me

Fanfics

Fic: O Recomeço.

23 de abril de 2015

casal

Percebi que Justin ainda me aguentava, mesmo na subida, e não reclamava. Senti-me um estorvo, mas ao ouvi sua risada baixa, me distraí e quando dei por mim, estávamos no topo. Fui descer e acabei me enrolando e no descuido caí, fazendo minha saia se bagunçar. Fiquei sem jeito e me arrumei rápido.
– Ops. – Fiquei sentada no chão, ele logo se juntou a mim.
– Juro que não vi nada. – Colocou as mãos nos olhos, porém com os dedos abertos. Riu.
– Vou fingir que acredito. – Me encostei a uma árvore e ele se aproximou, escorando na mesma árvore. Encaramos Stratford por um tempo, ele se virou pra mim. Estava sério.
– Você não sabe quantas vezes eu repeti pro meu espelho que eu conseguia prosseguir sem você e você não sabe quantas vezes o próprio me dizia que eu estava mentindo. Foi uma luta contra mim mesmo todos esses meses que mais pareciam uma eternidade, dia após dia eu te esperei Nath, eu te esperei como uma criança órfã espera por pais em um orfanato… Eu me senti tão sozinho, tão infeliz. Eu rasquei todas as nossas fotos, todas as suas, eu joguei cada presente fora. Mas sabe o que isso adiantou? Nada. Só serviu pra que eu roubasse, covardemente, uma foto sua em um porta retrato na sua casa. Eu precisava de uma, eu precisava de verdade. Eu necessitava olhar pros seus olhos mesmo que fosse por uma foto, porque meu corpo estava em abstinência. Eu sofri com tanta intensidade que eu achei um dia que pode ter superado meu amor. Mas não Nath, meu amor era ainda maior. Eu sofria, sofria e sofria. Parecia que nunca iria passar e sinceramente não passou… Seus olhos estavam cheios e os meus já tinham transbordado.
– E todas as garotas que você…
– Todas elas não serviram pra absolutamente nada, assim como nada adiantou. Minha cabeça, meu corpo, meu coração só queriam você e só aceitavam você.
– Mas ontem, aquela garota…
– Eu não dormi com ela. – Abaixou a cabeça. – Eu tentei, só pra me vingar, mas eu não consegui… – Me olhou frustrado e então seus olhos também transbordaram. – Tudo em mim parece que te conhece a quilômetros de distância. Eu tentei ser um completo idiota e acho que consegui, ficando com tantas garotas, mas… Eu estou aqui pra te dizer que eu me rendo. Só Deus sabe o quanto eu quis que ele tirasse esse sentimento de dentro de mim, mas agora eu não aguento mais e te tendo aqui na cidade, eu sei que eu não aguentaria mesmo. Eu não resisto a você Nathalie Jordan, não resisto. – Seu rosto estava perto do meu, o toquei.
– Eu te amo. – Sussurrei.
– Você não tem noção do quanto eu preciso de você. – Sem mais palavras ele me beijou, calmo e intensamente.

Eu não calculei o tempo em que passei o beijando. Acho que horas não seriam muito consideradas muito tempo, já que a vontade que me consumia de beijá-lo não podia ser suprida apenas por horas, seriam necessários anos… Pra não dizer décadas.
Só sei que quando minha boca se afastou de vez da dele, vi todo o céu girar. Sim, eu estava realmente tonta e pela primeira vez não era ruim. Era como se eu estivesse lá, perto das estrelas, observando a terra girar devagar. Era assim que eu descreveria minha tontura, se alguém perguntasse.
Um abraço veio pra suprir o vazio que ficou depois do beijo. Ainda havia muita coisa a ser dita, segredos, fatos, sentimentos para ser expostos e claro, teríamos que ser sinceros um com o outro. Eu tinha medo de saber o tanto de garota que já havia o beijado como eu beijava, ou sentido seu abraço reconfortante assim como eu estava sentindo naquele momento.
– Eu esperei tanto por isso. Um momento só nosso. – Ele disse, acabando com o silêncio. Desvencilhei-me do abraço. Olhei em seus olhos. – Acho que não adiantaria, quantas bocas eu beijasse, o seu beijo é o que a minha boca sempre esperou e… – Suspirei. – Não é só isso. É você inteira.
– Meu coração aperta só em imaginar essas tais bocas. – Fiz cara de desgosto. – Imaginar quantas delas te beijou como eu acabei de beijar.
– Nenhuma. – Segurou meu rosto levemente com uma das mãos.
– Agora não adianta negar Jus, você já admitiu que… – Ele me cortou.
– Eu não beijei nenhuma da maneira que eu te beijei, porque o beijo de nenhuma delas se encaixa do jeito do nosso… Você é única Nath, entenda isso. – Sorri involuntariamente com sua explicação.
– Me perdoa por ser tão idiota e ter te deixado aqui? Eu juro, eu sinto muito.
– Eu estaria mentindo se eu dissesse que eu já te perdoei, mas isso é com certeza o começo.

(Starting Again – 2010)

Gente linda, esse ano completa 5 anos que comecei a escrever fanfics, então resolvi trazer trechos de algumas das minhas histórias já escritas, toda semana. Já deixo avisado que todas são do Justin Bieber (hehe sim). Espero que gostem!

Grande beijo,
Thai.

Crônicas

Crônica: Descontrole Remoto.

20 de fevereiro de 2015

crônicaLevanta-se do sofá, um copo d’água, uma olhada pro programa de tv. Olhando para aquelas pessoas, que se expõem por um sonhado prêmio em dinheiro, tendo o seus destinos controlados por pessoas que nem as conhecem de verdade, e que na realidade, não querem conhecer de fato, apenas julgar. Ela continuou olhando, mas parou de ouvir. Tinha essa mania desde criança. Os pais receavam desde cedo que fosse déficit de atenção, mas não. Era escolha dela. Quando não queria mais saber, simplesmente desligava, tão fácil quanto desligar a tv com o controle remoto. No entanto, não precisava nem se mover.
O copo d’água ainda em mãos, pelo meio. Se meio cheio ou meio vazio, não fazia diferença. Não gostava de se julgar otimista, porque simplesmente não era. Mas sabia que acreditava nas coisas de um jeito particular. Por isso, também não era pessimista. E a teoria do meio que se dane! De tudo era atenta quando lhe convinha, mas não ao seu amor como no soneto, até porque o de fidelidade não era seu preferido. Mas não porque era ridículo, até o tinha decorado, mas porque fidelidade era um assunto a se conversar. Mas ela não gostava de falar disso. Em suma, não gostava de falar muito. Gostava mais de trocar olhares, e em dias de inverno, sorrisos. Porque gosta do frio. Porque no fundo era fria, mesmo muitas vezes fazendo-se e fazendo-os esquentar, se sentia o próprio Alasca. Quando leu “Quem é você Alasca?” no título do livro, respondeu mentalmente como se a pergunta pessoalmente lhe coubesse. E então escreveu outro livro em resposta.
Enquanto as pessoas procuravam por ajuda profissional pra desvendar os mistérios de suas mentes confusas, ela gostava de ser assim. Era seu diferencial, mesmo que não revelasse pra ninguém. Em meio ao caos de pensamentos indevidos, ás vezes obscuros, ela se achava, e se acalmava, e se distraía em aulas chatas e viagens de ônibus. Seu caos particular era adorável, mas não ousava compartilhar com ninguém, porque simplesmente não era passível de entendimento. A beleza sempre está nos olhos de quem vê, pensava. E ela achava bonito, porque tal como criadora, amava a sua criatura. Ela se amava, afinal.
Desligaram a tv e ela nem notou, se viu sozinha na sala de estar, com o copo ainda em mãos. Por quanto tempo teria ficado imersa a pensamentos confusos e desconexos? Não importava. Pra sua mente não existia um controle remoto, ou qualquer outro controle. Era remotamente descontrolado, mas tudo bem. Seu caos particular, sempre era o melhor lugar para se estar.

Thai.

Crônicas

Crônica: O poder que ela tem.

10 de fevereiro de 2015

crônica opqet

Quando ela me olha nos olhos, parece sugar todos os meus pensamentos pra ela. Você já viu coisa assim? Você também tem dessa coisa de olhar pra alguém e listar todas as coisas boas que ela tem?
Arqueia a sobrancelha bem feita, e sorri um sorriso debochado, com a boca pintada de vermelho, que me deixa meio sem rumo. Ela não sabe o que estou pensando, mas ela age como se soubesse que estou pensando na goleada que meu time tomou, só pra disfarçar que no fundo no fundo, eu tô mesmo é pensando nela. Porque não tem como não pensar. Eu nunca me senti assim, e quando eu vejo sua tatuagem na nuca, quando ela faz um super coque com o cabelo, percebo que sentir isso, foi o que eu, na verdade sempre quis.
Ela não é boa cantora, eu sei e meus vizinhos têm certeza. Certa vez tive que pedir desculpas quando em um de seus banhos na madrugada, ela cantou Beatles como se estivesse em um concerto no Madison Square Garden, e acordou meio prédio. Mas se ela não é boa cantora, atriz ou cozinheira. Como explicar a sua alma de artista? E por mais que tenha medidas de passarela, não ia dar certo. Quando calça salto, fica desengonçada e quase cai. Mas ela brilha mesmo de coturno, de rasteira dourada, de chinelo havaianas preto 36. De lápis de olho, saia rodada, camiseta branca e coque no cabelo então, é a minha versão preferida.
E tem tardes que ela olha pro nada e fica ali por tanto tempo, que desisti de contar, porque quando me dou conta, já é noite e eu também passei tanto tempo que nem sei, olhando pra ela, e cheguei a conclusão que ela é minha paisagem preferida. Eu queria poder ler os seus pensamentos como ela faz comigo, ou pelo menos fingir tão bem quanto ela.
É demasiada sonhadora, faz planos que nunca cumpre, mas é feliz assim. Já tentou musculação, pilates, natação, jumping e dança do ventre. Mas gosta mesmo é de correr descalça no parque ás seis da manhã de qualquer dia que lhe der vontade.
Eu nunca vou conseguir entender o espírito livre que ela tem, e pior, nunca vou conseguir ter igual. Porque ela enxerga coisa boa onde não tem. E eu, pessimista nato, só consigo admirar.
Ela gosta de coisa que ninguém gosta, é fã de vôlei, bebe chá preto, e prefere andar sem rumo a ficar em casa em um dia frio. Não gosta de drinks elaborados, porque só bebe cerveja. E quando ela me olha de rabo de olho, enquanto bebe a cerveja de garrafa verde, eu percebo que eu estou há horas listando mentalmente suas estranhezas que eu tanto gosto. E tentando desvendar o poder que ela tem.
– Você gosta mesmo de mim. Né? – A afirmação quase passa despercebida por pergunta. Mas ela sabe. Pronto. Ela tem mesmo super poderes, e eu só tenho aqui comigo sérios sintomas, sintomas de amor.

E ela sabe.

Thai.