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Crônicas

Crônica: Vai Ficar Tudo Bem!

31 de março de 2016

Tá tudo bem. É melhor dizer assim, segurando a expressão mais serena que consigo fazer, por uns cinco ou dez minutos, tentando fazer com que a angústia recorrente não transpareça para que você simplesmente se vá sem perceber. Mas você percebe, claro que sim, só finge que não. Mas você prefere falar do tempo, que pro seu azar está completamente nublado, e não é de hoje. Elogia meu cabelo, diz que sempre fiquei melhor de cabelo curto, e tentar me convencer com o olhar de que marcar um chopp pra um dia desses é boa ideia. Você foi o meu melhor parceiro, de copo, de beijo, de cama… E se eu nunca te disse isso em alto e bom som, me desculpa, não é agora que vou dizer. Agora o que a gente realmente precisa é deixar a nossa decisão seguir o curso, o fluxo. Não sei dizer se doeu em você o tanto que doeu em mim, tampouco afirmar se ainda dói um pouco da imensidão que dói em mim, em você. Mas de alguma forma, essa angústia de não te ter por perto sempre que desejo, tá me fazendo crescer. E aí, depois de mentalizar todos os benefícios de ficar sozinha, numa terça feira quase chuvosa, a gente se esbarra e a minha armadura desabada e você me desarma mais uma vez. Me diz se é por querer, me explica se esse sorriso branco e grande é mesmo pra me diminuir, fazer meu coração quase se reduzir a pó de tão apertado. Ao menos tenta colocar em palavras como é essa coisa de sempre fazer com que eu queira voltar atrás… Se ficar mais fácil, desenha. Mas resolve esse problema, me ajuda a me ajudar, e coisa e tal. Você me conhece, sabe como sofro sendo assim, tão ansiosa e sempre morrendo antes de levar o tiro. Então vamos cada um pro seu lado, fingindo que nada demais aconteceu, ignorando o arrepio que me ocorre quando você repousa seus olhos nos meus por segundos que parecem infinitos. Vamos combinar assim… Vai ser melhor.

E só de pensar no trabalho de recomeçar mais um processo de esquecimento desse encontro, me sinto exausta. A gente de despede, enfim. Tantas palavras engasgadas, mas que mesmo ditas não mudariam nada. Não sei dizer com clareza quanto tempo perdemos – ou ganhamos. A chuva não se aguenta e cai, semelhante ao meu corpo que quer desabar em qualquer canto. E no meu rosto, tem água, é lágrima disfarçada de chuva, mas ninguém percebe e ninguém precisa saber. Pelo menos consegui segurar até você ir. Respiro fundo e mentalizo, vai ficar tudo bem. E repito isso, até que fique de fato.

Thai.

Crônicas

Crônica: Acumulando Pedaços.

16 de setembro de 2015

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Quando eu era garoto, minha mãe me dizia que eu tinha que aprender a doar as coisas que eu não queria mais. Mas por mais que não brincasse mais com um brinquedo, eu gostava de vê-lo no meio dos outros, eu gostava de saber que ele estava ali, que ainda era meu. Ela insiste que sou acumulador até hoje, quando vem me visitar. Quando olha meu armário, tem pavor.
Eu não sou acumulador. Defino essa minha mania – sim, porque é apenas uma mania – como a vontade de ter as coisas que já gostei por perto.
Uma pena não ter conseguido o mesmo com você…

Mas todos os dias a caneca do super-homem que você me deu de um mês de namoro, me encara da prateleira. Não a uso mais, mas gosto de tê-la ali. Me faz lembrar das manhãs em que você tomava nescau gelado na sua caneca de menina, que você deixou quebrar na segunda semana. Depois de meses consegui concluir que a sua especialidade é mesmo essa: quebrar coisas. Pior, quebrar coisas minhas. Inúmeros copos, dezenas de pratos, três porta-retratos e até o meu dedo mindinho, brincando de lutinha. Se você espera ler que quebrou meu coração, espere até a próxima linha.
Como você conseguiu quebrar meu coração e não quebrou a caneca de super-homem? E como você esperava que eu realmente fosse “super” alguma coisa, sendo essa energia que me puxa pra baixo? Tantas perguntas surgiram nesse tempo, nem delas eu consigo desapegar. Fotos escondidas, algumas mesmo rasgadas. Tem dias, que se me concentro bem, ouço seus espirros descontrolados e em sequência. Sua voz cantarolando no meio do banho, misturada ao barulho da água do chuveiro. Ainda tem meio vidro de shampoo de frutas vermelhas, ainda tem um dvd da sua série favorita, uma blusa preta de renda, um pacote do chá que você gostava de tomar a noite, suponho que esteja vencido. Mas é como se essas coisas te esperassem voltar. Será que você se lembra que eu tô te devendo 32 reais e vinte centavos? Parece que sou mesmo um acumulador, e mais que isso, um acumulador de coisas suas.
Sabe, eu não entendo nada da vida. Mas suponho muita coisa, e sendo assim, me pergunto como estaria hoje, se tivesse aprendido a doar as coisas que não me serviam mais. Porque já está mais que provado que você não me serve mais, pelo contrário, está de um tamanho desproporcional pra mim.
E enquanto você me quebra, eu fico aqui, só acumulando os pedaços.
Que só me ferem. Ainda.

Thai.

Crônicas

Crônica: 14:47.

26 de agosto de 2015

Quando eu te vi na rua, distante e distraído, de longe soube que naquele instante minha vida mudaria. Eu tinha a escolha de desviar o olhar e continuar andando pro lado oposto como se nada tivesse acontecido, mas isso não era possível. Porque aconteceu… Aconteceu que minha alma se encontrou de repente sob a tênue linha onde o tudo e o nada se encontram, a mesma linha onde fica o amor e a indiferença. Onde os opostos estão lado a lado. Eu escolhi ir ao seu encontro.
Senti milhares de sensações e isso não era fácil de ser ignorado. Naquele momento senti como se eu nunca fosse esquecer o seu rosto, ou o jeito com que você olhava pro chão enquanto chutava uma pequena pedra. Não me pergunte como pude captar tanta informação em tão pouco tempo. Talvez o segredo seja que o tempo sempre para quando duas almas que tem que se encontrar, finalmente se encontram. O universo conspira, os astros ficam a favor.
Então, nos seguintes segundos que você levantou o olhar do chão, moveu o corpo na minha direção e rapidamente me dirigiu três palavras fatais, das quais eu já sabia antes mesmo que emitisse o som: “Que horas são?”. Não soube responder na hora, meu rosto esquentou, senti uma leve tontura. Você colocou a mão sobre meu braço e perguntou se estava tudo bem. E de uma forma estranha, estava.
Eu quis dizer que estava passando mal de tão bem. Mas me contentei em dar um sorriso constrangido e dizer “Obrigada”, a primeira palavra que me veio a mente. A sua cara de confuso foi muito engraçada, você não fazia ideia do porque do agradecimento, você não tinha ideia de quem eu era. E era eu. Eu, a pessoa que tinha passado dias pensando naquele encontro e nas três palavras. Eu, que me sujeitei a ideia maluca de marcar um encontro com um desconhecido. Eu que não sabia nada sobre ele, apenas que ele já tinha perguntado as horas pra todas as moças que tinham passado por ali desde o meio dia. E nenhuma delas tinha dado a resposta que ele esperava.
Você continuou me olhando, mas foi como se você entendesse tudo naquele momento. Abriu um sorriso, sorri em sincronia. Agora minha alma estava certa de que tinha feito a melhor escolha. Ele tirou a mecha de cabelo que voou pra frente dos meus olhos e repetiu com mais ênfase dessa vez: “Você sabe que horas são?”
– Sim, é a hora certa.

E a certeza que fica é que a hora certa sempre chega, mesmo depois de uma frustrante espera.

Thai.

Crônicas

Crônica: Carta pra você.

22 de março de 2015

cartasEu não sei descrever o sentimento que tenho ao escrever uma carta pra você, tendo a certeza de que você não vai ler. Não, você não morreu. Mas é como se estivesse morto pra mim. Posso até listar as vezes que chorei incessantemente como em um funeral. Eu sei que isso é pesado demais, até porque você está vivendo a vida, gozando de plena saúde, bem longe dos sete palmos abaixo do chão. Mas é que essa carta vai parar no fundo da gaveta, e vai fazer companhia as tantas outras que já escrevi. Porque no fim das contas, escrevo mesmo é pra mim.
As lembranças que tenho de nós dois ainda estão tão nítidas, como se tudo tivesse acontecido há poucas horas. Minha boa memória me proporciona até o coração saltitando em alguns momentos em que relembro os nossos beijos… Me lembro de me sentir em um filme, novela ou sei lá, quando fugia de casa de madrugada, entrava no seu carro que ficava escondido numa rua atrás da minha, e ia abaixada até chegar em um lugar que não havia ninguém pra nos ver juntos. E a gente ria baixo de todo mundo que pensava ser esperto quando o assunto era nós dois. Eles não entendiam, porque pra eles não fazia sentido. Nós dois.
Mas a gente não precisava de sentido quando bebíamos a cerveja já quente, no carro fechado, ouvindo música boa no celular, porque o mp3 do carro estava estragado. Eu disse tantas vezes que odiava quando você ficava me olhando muito, eu não sabia o que fazer, ou como reagir. Mas hoje, é como se todas as células do meu corpo sentissem falta do seu olhar sobre mim. E isso soa tão bobo… Acho que é por isso que escrevo, pra tirar de mim, de alguma forma, toda essa bobeira. Eu mal consigo ler essa carta em voz alta, porque sei que até aqui, vou soar romântica e idiota demais. Até pro seu gosto, que se bem me lembro, gostava do jeito com que eu dramatizava tudo e soava como uma boba romântica. Hoje sou mais do que isso, de mim saem doses cavalares de romantismo bobo e barato, mais barato do que aquele whisky que você comprou no dia do seu aniversário, e a gente bebeu até cair na praia de noite. A gente sabia do perigo e ignorava isso, como se fosse banal. Sequer éramos mais adolescentes pra tamanha falta de lucidez. Eu nunca tive juízo quando estava com você, porque juízo e você nunca combinaram, nunca se deram bem. Era um ou outro, e a minha escolha sempre foi você. Hoje penso nos riscos que vivi ao burlar todas as regras do aceitável, apenas pra ganhar um abraço seu.
E já que você não vai ler essa carta, eu posso dizer a verdade, que aquela não era eu. Aquela era a garota que eu me tornei pra te fazer acreditar que valia a pena correr riscos, ou que você fez com que eu me tornasse pra acreditar que os mesmos riscos era a parte boa de viver. Mas acabou… Tão rápido e abruptamente quanto começou. E quando consigo uma dose de sensatez, sei que não fomos feitos pra durar. Porque histórias como a nossa só dá certo nos filmes, e me sentir em um, não faz com que minha vida seja uma ficção de fato. 

E tudo bem sofrer pelo que se passou… É melhor do que nunca ter vivido.

Gente linda, preciso da ajuda de vocês, ok? Quero saber de vocês
o que acham das crônicas, se acham muito aleatórias ou se gostam. A opinião de vocês é muitíssimo importante pra mim! Pra isso e pra tudo! E se gostaram, não esqueça de curtir e compartilhar pra me ajudar. Grande beijo, Thai. 😉

Crônicas

Um pouco de bem não faz mal a ninguém!

13 de março de 2015

Gente, é difícil acordar pela manhã e se dar conta de que alguma coisa está fora do lugar, né? Seja na vida pessoal ou profissional, um problema passível de solução ou algo que não depende do seu esforço. Quando a gente se dá conta de que tem coisa fora do lugar, é complicado manter a calma. Hoje, ao ligar o noticiário é normal se desesperar. Seja pela violência descabida, pela falta de ética e respeito do governo ou até pela falta d’água. Já ouvi frases do tipo “não vai demorar muito pra água ficar mais caro que petróleo”. Se parar pra pensar um pouco, parece que estamos vivendo o próprio caos, beirando ao fim do mundo. E que Deus tenha piedade!
Alguns desses males não estão no nosso controle, estamos cansados de saber que votar certo é um começo, mas e quando a gente não tem escolha? O que fazer quando temos que escolher o menos pior? Bem, a gente está vivendo o resultado.
Além desse drama político e social, existem os problemas pessoais que só cada um sabe o que passa, e dentro da particularidade de cada um, ninguém a não ser você, pode julgar o tamanho do problema.

 Então hoje, o post não é de beleza física, mas é umas dicas pra ajudar a dar mais beleza ao mundo que vivemos, em meio a tanta coisa feia que vimos todos os dias. Acredito que o bem que você dá pro mundo, o mundo devolve pra você. Então que tal ser um pouquinho melhor e fazer a sua parte?

msg 1Primeiramente, acredite na melhora. E depois de acreditar, lute por ela.

msg2É necessário acreditar que as coisas passam. Então o que é uma grande dor de cabeça hoje, amanhã já não parecerá tão grande assim. Acredite no melhor que o amanhã pode oferecer.
msg 3

Isso serve na hora de votar, na hora da dúvida que bate quando não tem certeza do que fazer na faculdade por exemplo, ou pra algum relacionamento amoroso. A vida é uma só pra não viver feliz!
msg4O medo não nos leva a lugar algum, não desista de ir atrás de algo que você quer muito. E se tiver medo, lembre-se, vai com medo mesmo!
Captura de Tela 2015-03-13 às 13.13.03“Seja suave, não deixe o mundo te fazer duro. Não deixe que a dor faça com que você odeie. Não deixe que a amargura roube sua doçura.”

É super importante não deixar a maldade do mundo te contagiar. Mantenha sempre coisas boas no seu coração e na sua mente, assim você espalha coisa boa pro mundo, e você vai, cedo ou tarde, receber de volta.

Captura de Tela 2015-03-13 às 13.16.46E pra fechar, uma listinha de coisas que estão ao nosso alcance tanto pra deixar o mundo melhor, quanto pra deixar o seu mundo particular melhor, porque estar bem consigo mesma é o primeiro passo:
brancoGente, é claro que algumas coisas não dependem diretamente da gente, e que ás vezes só ter boa vontade não ajuda muito. Mas tente mudar a sua cabeça e os seus hábitos, a fim de contagiar o próximo com o que é bom! Faça o bem sem olhar a quem! Pensar e agir positivo talvez não faça com que a guerra do oriente médio acabe ou que chova muito para que não falte mais água. No entanto, mal também não vai fazer!

Um fim de semana bem bonito e positivo pra todos vocês!

Um grande beijo,
Thai.