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Crônica: Internacional é a mulher.

8 de março de 2015

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Dia oito de março. Seja de 2015, de 1978 ou de 3004. É comemorado o dia internacional da mulher. Mas internacional mesmo é a mulher. Já parou pra reparar, que não importa de onde ela seja, ela se comunica bem? Seja com um olhar, um sorriso ou até mesmo com um suspiro. Não falo de idiomas, mas toda mulher é de alguma forma poliglota. Porque comunica-se com o coração, e não tem ninguém capaz de resistir. Os sinais de uma mulher nem sempre são claros como suas intenções. Mesmo sem saber, intui. E uma intuição feminina é praticamente uma certeza.
Baixa, alta, magra ou acima do peso. Morena, loira, ruiva ou careca. De tantos jeitos, de tantas cores, de tantos costumes… Costume que é melhor você aí se acostumar. Nenhuma mulher é igual. Costuma-se ouvir “porque homem é tudo igual”, discordo. No entanto discordando ou não, não precisa ninguém dizer que mulher é tudo igual, porque está claro que não é. Todas têm TPM, crises de idade, todas reclamam que não tem roupa pra sair, que estão sozinhas, que precisam ficar sozinhas… Mas cada uma o faz de um jeito, de um jeito completamente particular. É encantadora nata, e faz isso tão naturalmente quanto um piscar de olhos com cílios postiços ou apenas rímel. Não existe vacina, feitiço ou oração para se livrar, pra não se apaixonar, pra não se encantar por uma mulher. Faz apaixonar mesmo sem querer, e quando quer então, é melhor nem tentar fugir.
Mulher pode ser a flor do jardim, maçã no topo da árvore como dizia Machado de Assis, mulher maravilha ou uma estrela brilhante no céu de alguém. Não importa a maneira com que é retratada, porque de uma maneira ou de outra, sempre será especial. Seja de qual parte do mundo for, delicada como uma parisiense, disseminando amor mesmo como em campos de guerra, preparando a feijoada do almoço, ou no poder. Seja de uma instituição ou de um coração.
Nada é surpresa quando se trata de uma mulher, mas incrivelmente, a todo momento há uma surpresa. É mil mesmo sendo uma. E tem um dia especial pra mostrar que todos os outros também são dela.
Dia oito de março é apenas um dia significativo. Porque internacional mesmo é a mulher. E o amor que sentimos por elas é sem fronteiras.

Parabéns para todas nós!

Thai.

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Crônica: Vinte e três!

1 de março de 2015

Processed with VSCOcam with b5 presetUma vida. Duas casas. Três anos de namoro. Quatro semanas de blog. Cinco apelidos. Seis filmes pra uma vida. Saudade sete dias da semana. Oito semanas longe da cidade natal. Nove artistas preferidos. Dez amigos do peito. Pelo menos onze fotos por dia. Doze meses pro próximo aniversário. Treze olhadas no celular por hora. Quatorze comidas preferidas. Quinze! Número de sorte. Cara de quem tem Dezesseis. Dezessete caretas. Dezoito mexidas no cabelo. Dezenove posts em mente. Vinte medos pertinentes. Vinte e um sonhos realizáveis. Vinte e dois motivos pra crer em Deus. Vinte e três anos.

Quando me olhei no espelho de manhã, eu não era uma nova pessoa. Mas tinha em um dia, a oportunidade de fazer com que o novo ano concedido, parecesse realmente novo. Longe dos erros passados, e cada vez mais perto de ser uma pessoa melhor. Não tinha alguma marca de expressão nova, mas as mesmas marcas de toda uma vida, ainda estavam dentro do meu coração. Nos ombros não tinha um peso dos vinte e três, mas era como se vinte e três gramas tivessem sido acrescentados na balança da experiência. E quando se para pra pensar, as coisas não mudam de fevereiro pra março como em um passo de mágica, e isso não é novidade pra ninguém. A novidade é que no meio de um dia qualquer do meio do ano, eu não sou mais a mesma pessoa do dia anterior, não penso mais da mesma forma, e sem perceber viro a tal metamorfose ambulante, que prefere isso à ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Os vinte e três estão aí pra isso, pra me trazer a melhora, talvez a mudança, que acontece em um momento não planejado que eu não tenho ideia. Estou completamente preparada para os dias que virão. Estou pronta pros desafios dos vinte e três, e que assim seja, amém.

Thai.

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Crônica: Descontrole Remoto.

20 de fevereiro de 2015

crônicaLevanta-se do sofá, um copo d’água, uma olhada pro programa de tv. Olhando para aquelas pessoas, que se expõem por um sonhado prêmio em dinheiro, tendo o seus destinos controlados por pessoas que nem as conhecem de verdade, e que na realidade, não querem conhecer de fato, apenas julgar. Ela continuou olhando, mas parou de ouvir. Tinha essa mania desde criança. Os pais receavam desde cedo que fosse déficit de atenção, mas não. Era escolha dela. Quando não queria mais saber, simplesmente desligava, tão fácil quanto desligar a tv com o controle remoto. No entanto, não precisava nem se mover.
O copo d’água ainda em mãos, pelo meio. Se meio cheio ou meio vazio, não fazia diferença. Não gostava de se julgar otimista, porque simplesmente não era. Mas sabia que acreditava nas coisas de um jeito particular. Por isso, também não era pessimista. E a teoria do meio que se dane! De tudo era atenta quando lhe convinha, mas não ao seu amor como no soneto, até porque o de fidelidade não era seu preferido. Mas não porque era ridículo, até o tinha decorado, mas porque fidelidade era um assunto a se conversar. Mas ela não gostava de falar disso. Em suma, não gostava de falar muito. Gostava mais de trocar olhares, e em dias de inverno, sorrisos. Porque gosta do frio. Porque no fundo era fria, mesmo muitas vezes fazendo-se e fazendo-os esquentar, se sentia o próprio Alasca. Quando leu “Quem é você Alasca?” no título do livro, respondeu mentalmente como se a pergunta pessoalmente lhe coubesse. E então escreveu outro livro em resposta.
Enquanto as pessoas procuravam por ajuda profissional pra desvendar os mistérios de suas mentes confusas, ela gostava de ser assim. Era seu diferencial, mesmo que não revelasse pra ninguém. Em meio ao caos de pensamentos indevidos, ás vezes obscuros, ela se achava, e se acalmava, e se distraía em aulas chatas e viagens de ônibus. Seu caos particular era adorável, mas não ousava compartilhar com ninguém, porque simplesmente não era passível de entendimento. A beleza sempre está nos olhos de quem vê, pensava. E ela achava bonito, porque tal como criadora, amava a sua criatura. Ela se amava, afinal.
Desligaram a tv e ela nem notou, se viu sozinha na sala de estar, com o copo ainda em mãos. Por quanto tempo teria ficado imersa a pensamentos confusos e desconexos? Não importava. Pra sua mente não existia um controle remoto, ou qualquer outro controle. Era remotamente descontrolado, mas tudo bem. Seu caos particular, sempre era o melhor lugar para se estar.

Thai.

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Crônica: O poder que ela tem.

10 de fevereiro de 2015

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Quando ela me olha nos olhos, parece sugar todos os meus pensamentos pra ela. Você já viu coisa assim? Você também tem dessa coisa de olhar pra alguém e listar todas as coisas boas que ela tem?
Arqueia a sobrancelha bem feita, e sorri um sorriso debochado, com a boca pintada de vermelho, que me deixa meio sem rumo. Ela não sabe o que estou pensando, mas ela age como se soubesse que estou pensando na goleada que meu time tomou, só pra disfarçar que no fundo no fundo, eu tô mesmo é pensando nela. Porque não tem como não pensar. Eu nunca me senti assim, e quando eu vejo sua tatuagem na nuca, quando ela faz um super coque com o cabelo, percebo que sentir isso, foi o que eu, na verdade sempre quis.
Ela não é boa cantora, eu sei e meus vizinhos têm certeza. Certa vez tive que pedir desculpas quando em um de seus banhos na madrugada, ela cantou Beatles como se estivesse em um concerto no Madison Square Garden, e acordou meio prédio. Mas se ela não é boa cantora, atriz ou cozinheira. Como explicar a sua alma de artista? E por mais que tenha medidas de passarela, não ia dar certo. Quando calça salto, fica desengonçada e quase cai. Mas ela brilha mesmo de coturno, de rasteira dourada, de chinelo havaianas preto 36. De lápis de olho, saia rodada, camiseta branca e coque no cabelo então, é a minha versão preferida.
E tem tardes que ela olha pro nada e fica ali por tanto tempo, que desisti de contar, porque quando me dou conta, já é noite e eu também passei tanto tempo que nem sei, olhando pra ela, e cheguei a conclusão que ela é minha paisagem preferida. Eu queria poder ler os seus pensamentos como ela faz comigo, ou pelo menos fingir tão bem quanto ela.
É demasiada sonhadora, faz planos que nunca cumpre, mas é feliz assim. Já tentou musculação, pilates, natação, jumping e dança do ventre. Mas gosta mesmo é de correr descalça no parque ás seis da manhã de qualquer dia que lhe der vontade.
Eu nunca vou conseguir entender o espírito livre que ela tem, e pior, nunca vou conseguir ter igual. Porque ela enxerga coisa boa onde não tem. E eu, pessimista nato, só consigo admirar.
Ela gosta de coisa que ninguém gosta, é fã de vôlei, bebe chá preto, e prefere andar sem rumo a ficar em casa em um dia frio. Não gosta de drinks elaborados, porque só bebe cerveja. E quando ela me olha de rabo de olho, enquanto bebe a cerveja de garrafa verde, eu percebo que eu estou há horas listando mentalmente suas estranhezas que eu tanto gosto. E tentando desvendar o poder que ela tem.
– Você gosta mesmo de mim. Né? – A afirmação quase passa despercebida por pergunta. Mas ela sabe. Pronto. Ela tem mesmo super poderes, e eu só tenho aqui comigo sérios sintomas, sintomas de amor.

E ela sabe.

Thai.